sábado, 12 de dezembro de 2009

Artigo

Resolução de Problemas com ênfase nas séries iniciais


Marcio Junior Pantoja Vilhena¹

RESUMO

O motivo realização deste artigo foi de contribuir na abordagem da educação matemática e na constatação que as crianças nas séries iniciais têm algumas dificuldades, sobre uma tendência matemática chamada Resolução de Problemas, pois a forma como se deveria transmitir o conhecimento de um modo simples, claro e direto que seja suficiente para o aluno ter meios de resolver problemas, não só no campo da matemática mais em sua própria vida de uma forma geral. Sendo para isso necessário diálogos entre o professor e alunos, pois devido a termos professores polivalentes nestas séries, talvez seja interessante dialogarmos os métodos e formas abordadas nas resoluções de problemas.


Palavras-chave: Resolução de problemas, séries inicias, educação.


INTRODUÇÃO

Para tratar das tendências da educação matemática, podemos partir do significado da palavra tendência. No Novo Dicionário Aurélio – Século XXI o vocábulo “tendência” significa:

Inclinação, propensão. Vocação, pendor. Intenção, disposição.

Portanto, quando falamos em Tendências da Educação Matemática, estamos tratando de formas de trabalho que sinalizam mudanças no contexto da Educação Matemática.

Resolver problemas é uma das atividades mais destacadas na Matemática. Popularmente costumamos dizer que “fazer Matemática é resolver problemas”.

No entanto, sabemos que resolver problemas nem sempre é uma tarefa fácil para os alunos. A utilização de problemas como critério de aprendizagem é encontrada, em geral, nos livros ou textos didáticos. Nesse caso, é necessário partir do simples para ter acesso ao complexo, e os problemas complexos são visualizados como um conjunto de partes simples.

Hoje a Educação Matemática esta sendo revisada para que tenha novas reflexões do ensino nas séries inicias do ensino fundamental, e um dos caminhos discutido é a tendência resolução de problemas, pois temos obtido resultados satisfatórios na utilização desta na capacitação de professores polivalentes.


DESENVOLVIMENTO

A Educação Matemática surgiu no século XIX, em conseqüência dos primeiros questionamentos sobre o ensino de Matemática. Os matemáticos da época preocupavam-se em como tornar os conhecimentos mais acessíveis aos alunos e buscavam uma renovação no ensino de Matemática.

No Brasil, foi na década de 1950 que as discussões sobre Educação Matemática tiveram suas origens. No entanto, sua consolidação se deu em 1988, ano de fundação da Sociedade Brasileira de Educação Matemática - SBEM.

A partir da década de 1980, a Educação Matemática foi cada vez mais ampliando seu espaço no cenário educacional. Atualmente é uma área de pesquisa filiada a área da Educação. Possui um discurso autônomo, com intersecção na Educação e na Matemática.

Podemos dizer que a educação matemática é uma área de estudos e pesquisas que possui sólidas bases na Educação e na Matemática, mas que também está contextualizada em ambientes interdisciplinares. Por este motivo, caracteriza-se como um campo de pesquisa amplo, que busca a melhoria do processo ensino-aprendizagem de Matemática.

Polya considerado um inovador ao discutir pela primeira vez a resolução de problemas na década de 40 com a primeira tiragem de seu livro How to Solve it, em agosto de 1944. Suas idéias tiveram um forte impacto no ensino da resolução de problemas, alicerçando muitas pesquisas posteriores.

O autor apresenta uma estratégia baseada em questionamentos e sugestões e descreve quatro fases de trabalho:

1. Compreensão do problema – é preciso compreender o problema.
2. Estabelecimento de um plano – precisamos encontrar a conexão entre os dados e a incógnita. Quando esta conexão não é visualizada de forma imediata podemos considerar problemas auxiliares.
3. Execução do plano – o plano deve ser executado.
4. Retrospecto – a solução obtida precisa ser analisada.

O tema resolução de problemas encontra-se presente em todos os currículos de matemática da educação básica, não sendo somente um objetivo do ensino de matemática, devemos entender que a resolução de problemas é uma atividade bastante complexa, devemos ir a campo, estudar o assunto e procura possibilidades de como um professor nas series iniciais pode ou deve proceder para estimular o pensamento do aluno em uma tarefa, para isso segundo Polya faz-se necessário:

Fazer o aluno pensar produtivamente: Situações problemas que envolvam, que desafiem e motivem a resolução.

Desenvolver o raciocínio do aluno: Desenvolver no aluno a habilidade de elaborar um raciocínio lógico e fazer uso inteligente e eficaz dos recursos disponíveis, para que ele possa propor boas soluções às questões que surgem em seu dia-a-dia, na escola ou fora dela.

Ensinar o aluno a enfrentar situações novas: Ensinar apenas conceitos e algoritmos não é um bom caminho. Preparar o aluno para lidar com situação – problema.

Dar oportunidade de se envolver com as aplicações da Matemática: Logo nos primeiros contatos com a Matemática, os alunos começam a detestá-la ou tornam-se indiferentes a ela. Pouco envolvimento dos alunos com aplicações. Dar oportunidade de usar a matemática no dia-a-dia.

Tornar as aulas de Matemática mais interessantes e desafiadoras: Buscar a solução de um problema é desafiador

Equipar o aluno com estratégias para resolver problemas: Estratégias que se aplicam a um grande número de situações.

Dar uma boa base matemática as pessoas: Formar cidadão matematicamente alfabetizados, que saibam como resolver problemas do seu dia-a-dia.


CONSIDERAÇÕES FINAIS

No contexto didático é importante lembrar que é urgente modificar a forma de trabalhar problemas em sala de aula nas séries iniciais. A maioria dos professores utiliza problemas ao final de conteúdos e muitas vezes os problemas apresentados são completamente desconectados dos interesses e das motivações dos alunos. É urgente trabalhar com problemas no momento de inserir e apresentar novos conteúdos.

É importante que os professores polivalentes saibam resgatar as informações contidas em diferentes meios de comunicações e em livros didáticos para proporcionar comparações, discussões e análises de idéias e conceitos. É preciso saber questionar, saber gerar situações problemas adequados para discutir temas atuais e emergentes.

Nestas últimas linhas tentamos aproveitar o nosso tema - resolução de problemas, para mostrar que é necessário desenvolvermos a aptidão para contextualizar e integrar os saberes.


Referências

DANTE, Luiz Roberto. Didática da resolução de problemas de matemática. São Paulo: Ática, 2007.

POLYA, George. A arte de resolver problemas. Rio de Janeiro: Interciência, 1995.

BICUDO, Maria Aparecida Viggiani. Ensino de matemática e educação matemática: algumas considerações sobre seus significados. Bolema, Rio Claro, 1999.

¹Acadêmico do 1° ano do curso de licenciatura em matemática UEPA

  © Feito por Marcio Vilhena.

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